“Não sei se a culpa é do sistema ou dos que fazem o sistema”, desabafa a cabeleireira Conceição Leite, que tenta marcar uma cirurgia oncológica há oito dias e não consegue por conta do sistema do Serviço Único de Saúde que está fora do ar. O problema compromete o atendimento nos hospitaisda Primavera e Real Copagre, ambos na zona Norte, e Satélite, zona Leste.
Conceição Leite diz que perde compromissos por conta das deficiências no serviço. “Tenho que deixar tudo que estou fazendo porque a prioridade é a saúde. É uma falta de consideração. Estou aqui há horas sem previsão de saída”, critica.
A doméstica Maria das Dores Pereira saiu da zona rural de Teresina para marcar consultas. “Eu estou aqui desde sete horas da manhã para marcar neuropediatra, ginecologista e endocrinologista. Já é a segunda vez que venho e preciso acordar quatro e vinte da manhã”, reclama. A dona de casa Evani Rodrigues de Sousa está na mesma situação. “Estou aqui desde 6h da manhã para marcar infectologista. Já é a terceira vez que venho aqui e o sistema está assim. Deixo várias tarefas em casa para vir aqui”.
Marlene Moura, diretora do Hospital da Primavera, explica que o problema é com a prestação de serviço da empresa de internet. Segundo ela, a oscilação no sinal interrompe as marcações de consulta e atrasa o andamento das atividades do hospital. “Temos contrato com a Oi Velox, que fornece um péssimo serviço. Nós já tomamos todas as providências e acionamos a Fundação Hospitalar de Teresina (FHT). É um transtorno, mas pedimos paciência”, ressalta.
A diretora destaca que, para amenizar o problema, a orientação é permitir que se faça a marcação de consultas em outros hospitais que estejam com o sistema funcionando e atender o paciente no hospital da Primavera. “O contrato com essa empresa de internet precisa ser revisto e a fundação precisa exigirqualidade no serviço. Fomos obrigados a comprar um novo modem, que é obrigação da empresa”, aponta Moura.
Falha prejudica mais de 800 pacientes por semana
O hospital atende cerca de 170 pacientes por dia no ambulatório, o que ultrapassa 800 pessoas por semana. Apesar de continuar com os serviços de urgência e emergência,não se consegue suprir a demanda. “Tentamos atender ao menos 50% dos pacientes com essas condições”, completa Marlene Moura.
A assessoria de comunicação da Fundação Hospital de Teresina (FHT) informa que o problema com o serviço tem recebido medidas. A FHT comunica que já fez reparo nas máquinas, o técnico de informática já compareceu ao local e os aparelhos já foram trocados. O contrato da empresa está sendo avaliado. A assessoria jurídica do órgão foi acionada para mediar a situação e exigir serviço de qualidade.
Em Teresina não há suporte técnico da empresa para pessoa jurídica, somente para pessoa física. A FHT informa ter protocolos, controle de ligações e confirma que o serviço está sendo analisado. Caso a empresa não preste serviço a contento serão tomadas medidas cabíveis. Não há data prevista para a resolução do problema
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