O governo do Paraná demitiu ex-ator de filme erótico que havia sido  nomeado chefe regional do IAP (Instituto Ambiental do Paraná). 
 O caso veio à tona ontem, quando o senador Roberto Requião (PMDB),  desafeto do governador Beto Richa (PSDB), criticou a indicação para o  cargo de Valter Pagliosa, 27, a quem se referiu como "ator pornô". "O que [ele] fez no filme vai fazer no IAP?", disse Requião, que afirmou  ainda, por meio do microblog Twitter, possuir uma cópia do filme em que  Pagliosa atuou, chamado "A Outra Metade".
 O filme foi rodado em 2006 e contou com elenco de atores amadores de  Cascavel. Pagliosa, nomeado para o cargo em fevereiro, interpreta na  produção um médico que se envolve com uma mulher transtornada com  aventuras sexuais do marido. 
 "Não é um filme pornográfico. É romântico-erótico", afirma Pagliosa. 
 O governo estadual disse que a nomeação gerou "situação de desconforto" e argumentou que Pagliosa omitiu o fato do currículo. 
 O produtor e diretor do filme, Andoza Ferreira, disse à Folha que se trata de um "romance com cenas de nudez". "É um filme artístico. Não tem nada de sexo explícito." 
 O filme teve distribuição restrita a videolocadoras de Cascavel, mas é  possível adquiri-lo em lojas na internet por R$ 29,90, onde está  classificado como do gênero "adulto". O diretor afirma já ter vendido 14  mil cópias. 
 Ferreira disse que Pagliosa foi selecionado para atuar numa comédia que  seria rodada em 2009, e que "A Outra Metade" era um "aquecimento" para  as filmagens. "Mas após as filmagens ele disse que aquilo não era para  ele", falou o diretor. 
 Pagliosa já foi líder comunitário em Cascavel e se candidatou a vereador  pelo PPS em 2008. Diz que fez curso técnico na área ambiental, estagiou  no instituto por oito meses e que foi indicado por deputados ao cargo  pela liderança comunitária. 
 O chefe regional do órgão também criticou Requião, a quem acusa de usar o caso apenas para atacar Richa. 
 Como chefe regional do IAP, responsável por fiscalização e licenciamento  ambiental, Pagliosa comanda ações em 18 cidades do Paraná. O IAP disse  que o preenchimento dos cargos é "feito por indicação política".