Autor
de um pequeno opúsculo onde, de maneira sucinta, delineia como seria “um
hospital de excelência no Céu”, o cardiologista José Itamar Abreu Costa, ou
simplesmente Dr. Itamar, como gosta de ser chamado, aproveita para, de maneira
singela, prestar homenagem a grandes nomes da medicina, que fizeram da
profissão um sacerdócio, uma missão, um Deus. Nomes como o do Dr. Zerbini,
realizador do primeiro transplante de coração no Brasil, de quem o Dr. Itamar
foi discípulo, amigo e quase um filho, faz parte desse preito.
Essa pequena obra é a representação
quase exata da personalidade de seu autor, um homem que faz da sua vida uma
dedicação constante ao oficio da medicina. Diariamente, o Dr. Itamar atravessa
horas infindáveis no atendimento a pacientes vitimas de algum transtorno cardiáco
em seu hospital, o ITA’COR, localizado na Rua Coelho de Rezende, próximo ao
cruzamento com a Avenida Miguel Rosa, no Centro/Sul. Em um final de tarde
quente (como são quentes às tardes de Teresina!) de uma sexta-feira de julho,
encontramos o cardiologista em seu consultório para a entrevista desse perfil
(Do Jornal da Região). Depois de um dia inteiro de intenso trabalho, o médico,
de 61 anos, aparentava estar bem disposto e animado. “A minha receita de bem
viver é gostar de gente”, ensina.
O dedicado doutor nasceu em 26 de
Dezembro de 1950, na localidade Cruzeiro, no município de Coivaras, mas foi
registrado pelo pai, José Marques da Costa, que era comerciante, e achou mais
vantajoso que o seu filho tivesse seu registro naquela cidade. Recentemente, ao
receber o titulo de cidadão Beneditinense, Dr. Itamar se convenceu da
naturalidade diversa, incluindo na lista o município de Pau d’ Arco. “Agora,
fechei o cerco, sou cidadão de toda essa região e tenho muito orgulho disso”,
afirma.
Em 1960, ele foi para Teresina morar
com uma tia, para dar continuidade aos estudos, iniciados em Beneditinos, onde
estava desde os sete anos, sempre com supervisão de sua mãe, Francisca
Rodrigues Abreu Costa, muita rígida quando o assunto era a educação do seu
filho. Em 1963, os pais decidem ir morar em Teresina e acompanhar o filho, que
estava tendo alguma dificuldade nos estudos, sendo obrigado a fazer o curso
primário em oito escolas diferentes da capital.
Com a orientação de sua mãe, o
menino Itamar sempre foi muito bem à escola, o e era um dos primeiros da
classe. Após o primário, ele fez o ginásio no Colégio Desembargador Antônio
Costa e o cientifico, ele fez no Liceu Piauiense. “Eu queria cursar medicina, mas naquele tempo,
em 1970, eram poucas vagas aqui em Teresina, e eu foi reprovado, isso me causou
uma grande revolta, porque eu havia dedicado aquele ano para estudar”, conta.
A revolta do Dr. Itamar se deve ao
fato de ele ter sido reprovado em física, uma matéria que ele tinha bastante
afinidade e estava capacitado a ser aprovado. Por causa disso, ele foi para
Belém do Pará, onde fez vestibular para e vou aprovado em medicina. Antes do termino do curso, ele partiu para São
Paulo, com o intuito de especializar-se em Cardiologia, empolgado com algumas
coisas dessa área da medicina, como criação do eletrocardiograma, por exemplo.
Em Julho de 1977, desembarca em São
Paulo, a cidade dos nordestinos, onde, levado por uma serie de boas
coincidências, tem felicidade de encontrar, e se tornar amigo do Dr. Zerbini, o
maior expoente da cardiologia da América Latina. “Em São Paulo eu me encontrei
com as melhores pessoas do mundo, porque eu fui em busca de abrir as portas,
assim eu encontrei um grego ( de Belém que morava em São Paulo ), que eu não
conhecia, chamado Teofanis Constatitis, que foi quem me disse que eu iria fazer
Cardiologia com o Dr. Zerbini, o homem do transplante”.
Em 1980, o Dr. Itamar voltou ao
Piauí e tornou se sócio da Clínica Prontocor, onde trabalhou por sete anos. Lá,
ele conheceu Edilane, que é filha de Alto Longá, com quem se casou no dia 12 de
fevereiro de 1982, e teve três filhas (Patrícia Lorena, Elaine e Luana). Duas
das suas filhas, que também são médicas, depois que desfez a sociedade do
Prontocor.
O ITA’COR, inaugurado em 2010, acaba
de realizar a 55° cirurgia de coração, o que para o Dr. Itamar é um feito
fantástico e importante para sua vida. “Você imaginar que uma pessoa não
sonhava com isso e essas coisas foram acontecendo em sua vida isso é algo
fantástico, mas eu sempre estou preparado para esses imprevistos”, assegura.
O Dr. Itamar não se dedica apenas a
medicina, apesar da vida corrida e atarefada no hospital, ele encontra tempo
para a literatura, uma área que o fascina tanto que o fez ser membro de cinco
ou seis academias e o faz sonhar com a Academia Piauiense de Letras, para a
qual já concorreu uma vez, obtendo nove votos. “Como eu sou da nascente do Rio
Longá, o melhor para mim foi ficar na Academia de Letras do Vale do Longá
(ALVAL), da qual sou presidente, hoje, e que me levou a Academia Piauiense de
Medicina, me levou a Academia de Trovas,
porque faço minhas trovas, o que me dá crédito a sonhar com a Academia
Piauiense de Letras (APL)”.
O cardiologista tem dois livros
escritos: “Teoria Miogênica do Infarto do Miocárdio”, sobre o uso de drogas
para diluir o tronco e o livreto “Um Hospital de Excelência no Céu”, que teve
muita repercussão, nele, o médico narra o que acontecia com os médicos que
faleceram aqui e transpôs para o Céu. “É um livro pequeno, que não é cansativo,
para o filho do camarada que foi lembrar que ele não pode ser esquecido”,
conclui o Dr. Itamar, um médico e historiador que está o tempo todo tempo
ligado em estórias.
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