Cerca de 25 crianças e adolescentes foram flagrados por O POVO subindo  em cima de trens de carga em movimento, no Passaré, numa brincadeira  arriscada. Moradores alertam que a prática é comum e já fez várias  vítimas.
Eles desafiam a morte em  cima de trens de cargas em movimento. É só ouvir a sirene ao longe que  dezenas de adolescentes (e algumas crianças) aparecem, de ruas paralelas  e perpendiculares aos trilhos, para abusar da sorte, em um  comportamento que consideram “aventura massa”. 
Os  trens da Transnordestina começam a receber a visita arriscada dos  “surfistas” quando chegam próximo à rua do Equador, perto do viaduto do  aeroporto. Segundo moradores, a situação não é esporádica. “Sempre que o  trem passa, eles sobem”, diz Cícera Santos, dona do salão de beleza  quase na esquina da linha férrea. 
“Isso já faz anos. Moro  aqui há muito tempo e sempre vi isso”, continua a moradora. Silvia  Sweda, filha da cabeleireira, diz que a situação é mais grave do que se  possa pensar. “É sério isso. Já morreu muita gente”. Testemunhas de  vários acidentes, mãe e filha lembram o caso em que uma mãe viu o filho  agonizar, após sofrer acidente numa dessas práticas. O garoto não  resistiu e morreu no hospital, relatam.
Uma moradora que não  quis se identificar descreve mais casos de acidentes. “O menino ia  caindo porque bateu na palha do coqueiro (próximo ao trilho) e não  conseguiu se segurar”, diz.
A onda arriscada desses surfistas passou rapidamente. Cerca de 15 minutos depois, muitos deles voltaram, caminhando pelos trilhos.
“Os trens que têm escada é melhor, mas a gente sobe também nos que não têm”, diz um dos adolescentes, de 16 anos. Ele fala de imediato o que motiva a atitude impensada. “É muita emoção”.
Outro jovem, de 15 anos, também não esconde as sensações de arriscar a vida. “É uma aventura massa. O desafio é conseguir se equilibrar em pé, pular de vagão em vagão”.
Medo de morrer? “A gente tem, mas... já morreu um primo meu. Ele caiu, o trem cortou no meio”. Silêncio. “Mas não é sempre que morre não”, de cabeça baixa, o rapaz de 16 anos se justifica.
A empresa Transnordestina Logística desconhecia o fato. Informou que seu departamento de segurança será contatado e viagens monitoradas serão feitas para identificar o problema.

 
 
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