
Doze anos depois de o PT assumir o governo do Estado do Rio Grande do Sul pela primeira vez, o partido voltar ao poder buscando reescrever a própria história. Respaldado por 54,35% dos votos no primeiro turno, Tarso Genro chega ao Palácio Piratini neste sábado com discurso mais moderado e uma articulação política mais ampla, em um cenário social e político completamente diferente do encontrado por Olívio Dutra. Ao introduzir no vocabulário político conceitos como coalizão e transversalidade, o novo governo pretende esquecer um passado associado a radicalismo, sectarismo e conflitos. Inspirado na experiência da Era Lula, do qual participou como ministro de quatro pastas, Tarso aposta no diálogo para buscar saídas negociadas. Não foi só o PT que mudou. Com a vitória de Germano Rigotto (PMDB) — que rompeu a polarização entre Britto e o PT —, e os recordes de popularidade de Lula, a oposição também reviu o seu papel. Tanto que Cézar Busatto, um dos principais algozes do PT na época de Olívio, passou por um processo de moderação e hoje é um entusiasta do governo Tarso: — A minha expectativa para o governo Tarso é a melhor possível — afirma, atribuindo sua mudança de postura principalmente ao "fator Lula", que "despolarizou a vida política do país". Os novos tempos podem ser traduzidos por uma frase destacada pelo governador eleito em seu site pessoal, de autoria do pensador italiano Norberto Bobbio: "O que o labirinto nos ensina não é onde está a saída, mas quais os caminhos que não levam a lugar nenhum."
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