Distante 
aproximadamente 25 km da sede de Castelo do Piauí a comunidade Picos dos
 André é considerada um dos mais belos e importantes atrativos 
turísticos da região. Possui belas paisagens, uma das maiores 
concentrações de sítios arqueológicos do Piauí e guarda muitas lendas e 
histórias ainda não contadas. Está situada à margem da PI 322 que liga 
Castelo a Buriti dos Montes.
Segundo Carlos Henrique Almeida, 
mateiro e guia de turismo local, o lugar recebeu esse nome por causa das
 várias formações areníticas em formas de picos e porque foi a família 
André uma das primeiras a povoar a região. Segundo o mateiro seu bisavô 
construiu a primeira casa da comunidade no ano de 1888.
Na região
 de Picos dos André encontramos uma das maiores concentrações de arte 
rupestre não só do Piauí, mas sim do Brasil, perdendo talvez apenas para
 o Parque Nacional da Serra da Capivara. 
Não temos o número 
oficial de sítios arqueológicos catalogados pelo IPHAN (Instituto do 
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), mas sabemos que são muitos, 
citaremos aqui os mais conhecidos: Ninho do Urubu, Pedra Furada dos 
Picos, Pedra do Dinheiro, Salão dos Índios e Pedra do Aleixo.
Segundo
 a arqueologia os grupos humanos que passaram e deixaram vestígios de 
suas presenças eram denominados de tradições e diferenciavam-se um dos 
outros por algumas características, como por exemplo, dinamismo 
(tradição Nordeste), estatísmo (tradição Agreste) e grafismos puros 
(tradição Geométrica).
Na localidade Picos dos André além de um 
número muito grande de sítios arqueológicos, contendo gravuras e 
pinturas rupestres, o lugar ainda se destaca pela policromia, que é a 
variedade de cores de pinturas. Além do vermelho e amarelo derivados da 
hematita (óxido de ferro) ainda é encontrado o preto, branco e azul.
O
 lugar ainda preserva algumas espécies animais como roedores (mocó, 
preá, cutia, pacas), animais de médio e grande porte como onça vermelha e
 parda, caititu (porco do mato), veados e raposas. 
A região é 
também habitada por diversas espécies de serpentes, como jararaca, 
cascavel, coral verdadeira, saramanta, caninana, etc. As aves jacu, 
siriema, nambu, cordiniz (codorniz), zabelê, gavião, juriti e asa branca
 são também comuns. 
A flora também é muito rica, tendo espécies 
variadas como faveira, aroeira, ipê (roxo e amarelo), tinguizeiro, 
imburana, imbuzeiro, catingueira e chapada, pois a região localiza-se 
numa zona de transição entre caatinga e cerrado.
Segundo Padre 
Cláudio Melo no livro “O Mártir do Padre Pinto”, o provável local do 
massacre do jesuíta está encravado na área dos Picos dos André até a 
fazenda Cabeça do Tapuia, que corresponde ao atual município de São 
Miguel do Tapuio. 
De acordo com relatos, os Tapuias mataram 
padre Pinto devido à rivalidade existente com os Tabajaras da Serra da 
Ibiapada. Os Tabajaras foram catequizados pelos padres portugueses e com
 eles tinham relações de amizade, ao contrário com os Tapuias onde 
travavam sangrentas batalhas quando se encontravam. A morte do padre 
português foi em represália a uma ofensiva tabajara em que muitos 
tapuias morreram. 
Lendas
Algumas lendas fazem parte do 
imaginário popular na comunidade, a da onça que teve o rosto 
petrificado. Cortam os mais antigos moradores da região que uma onça 
brava estava rondando a comunidade e deixando a população apavorada. 
Primeiro começou a matar os animais, depois se aproximou e o alvo era os
 inquilinos que não saiam mais de casa. 
Um dos moradores do 
local na época era o afamado Aleixo, homem destemido e que dormia em 
furnas. A única solução era o caçador que reuniu uma turma e armados de 
espingardas e acompanhados de cachorros valentes saíram na captura do 
animal feroz.
Depois de alguns dias de caçada, enfim chegou o 
grande dia. A turma avistou a onça pelas bandas do Ninho do Urubu e 
quando os cachorros começaram a latir e os tiros e gritos começaram a 
ecoar, o animal antes temido viu-se cercado, quando em rápida ação saiu 
em disparada. 
Qual não foi a surpresa o bicho feroz quando se 
chocou em alta velocidade com um paredão rochoso, caindo e morrendo no 
mesmo instante. Segundo a lenda, o choque foi tão grande que o rosto da 
onça ficou pregado na rocha e petrificou.
Hoje Picos dos André 
com suas imponentes formações rochosas e seus sítios arqueológicos é um 
dos atrativos turísticos mais procurados e visitados de Castelo do Piauí
 atraindo um número muito grande de pessoas que visitam pelas mais 
diversas motivações.
      
      
      Fonte:
             portalcdp